21:30: Regressámos novamente ao S.U. desta vez com algo novo a acrescentar… o seguimento foi mais rápido encaminharam-nos para o bloco de partos, desta vez o Zeus nunca mais saiu de perto (a não ser para ir buscar ao carro as coisinhas do Vasco e fazer a minha mala). Estava lá a querida colega que me tinha atendido anteriormente o que me poupou de histórias… ela fez o toque e ao ver o meu ar assustado, não me deu muitas esperanças de que aquilo se ficasse por ali! Ela a tentar explicar que o bebé ia nascer… e eu a tentar explicar que só estava de 34 semanas, que ele era pequenino e tínhamos de aguentar… Perguntei se estava a fazer a dilatação, ela rapidamente confirmou que sim… sem me especificar os cm, deixando-me esperançosa que de se até aqui suportei as dores na boa e muitas vezes as histórias relatam grávidas a revirarem os olhos para chegarem aos 2 cm e com dores horríveis é porque estaria mesmo no inicio… devíamos ter tempo para fazer parar o processo.
Entra novamente aquele clínico que novamente mal me olhou, pôs-se a par das “novidades” e felizmente nunca mais lhe pus os olhos em cima… apetecia-me saltar-lhe em cima e insultá-lo se pudesse!! Foi aí que ouvi a colega a dizer que já estava com o colo totalmente apagado e com 4 cm de dilatação… grávidas por ai a querem ser tão rápidas e eu que só tinha vontade de fechar as pernas!! Em consenso (nós, a enfermeira e o Obstetra) decidimos ver como as coisas iriam progredir, sem grandes interferências, pedi para não me administrarem ocitocina e fazerem qualquer coisa para parar as contracções (tomei Nifedipina 10). Entretanto também se preparava o Vasco para nascer: apressou-se o seu amadurecimento pulmonar com corticosteroides e também efectuei antibioterapia profilática para evitar infecção pelo streptococcus B (exame que só ia fazer despiste na próxima semana) ao bebé. Neste entretanto o Zeus ausentou-se para trazer as nossas coisinhas para o internamento enquanto eu ainda chorava, chorava, chorava de medo e de culpa…
0 horas: Dilatação avançava (6cm) e... senti um quentinho molhado… não havia volta a dar… a bolsa acabara de se romper… e as contracções avançavam firmes e fortes (nada que não se sofresse, com a ajuda de uma contorsãozinha… já tive dismenorreias piores…lol). De qualquer maneira já me perguntavam pela epidural que mesmo assim não neguei… já que não fazia ideia do que se seguiria…
Colocado então o cateter epidural e nesta altura a caminhar para 8 cm de dilatação, as dores desapareceram. (Parêntises 2: EPIDURAL: recomendo, não doeu nada para a sua aplicação, conseguimos aproveitar melhor o momento sem dores, cansaço e “moínhas”. Inconveniente: não sabia quando tinha uma contracção, logo para começar e terminar de fazer força tinha de tocar na barriga ou contar com as indicações da enfermeira ou do Zeus…ele rapidamente aprendeu a distinguir os momentos para fazer força, até já me dizia nos momentos em que me distraia das contracções "Mas não devias estar a fazer força?". No período expulsivo, apesar de sem dor… senti na perfeição todo o corpinho do Baby a passar no canal de parto… por isso adeus ao mito de falta de sensibilidades no parto devido à epidural)
1:00: Dilatação completa… e muita vontade de fazer …cocó?! Sensação inconveniente mas necessária, estava na altura de começar a fazer umas forcinhas. Fui levada para a sala de partos, a pediatra já estava avisada do “prematuro” (assim chamavam-no nos corredores), na sala também estava a enfermeira obstetra (um amor) e uma auxiliar (uma querida) e claro o Zeus que foi-se portando sempre à altura, um orgulho mesmo (tendo em conta que este é o homem que desmaia só de ouvir falar em sangue)!
O cenário mesmo sem grandes planos, nem antecipações não poderia ser mais calmo, aconchegante, sem pressas, deixando a natureza acontecer! Como até aqui tudo decorreu tão rapidamente, previa-se que em uns 2 ou três puxões, o Vasco nascesse… mas foram precisas no total umas 8 vezes de esforço inimaginável, de fôlego interminável, nem sei onde vamos buscar tanto... ás tantas parecia que a cara explodia de tão vermelha!
E pronto com paciência, força e episiorrafia (totalmente necessária, afinal ele não seria assim tão pequeno e eu não tinha todo o espaço que ele precisava) nasceu o Vasco ás 34 semanas mais 2 dias muito azulinho, com a sua gordurinha branca a barrá-lo, 2260gr de peso e 44cm de altura. Um bebé energético, saudável, perfeitinho cheio de vitalidade!! Soube que o amava logo ali… Não chorei ao contrário do que pensava, ria-me, tudo tinha passado, estava bem e sem dores, "estou pronta para outra" comentava eu na sala!
aiii, já me fizeste chorar!! isto não se faz a uma grávida, ok?? ehehe!!
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